Por que os homens têm cada vez menos espermatozoides?
Normalmente quando um casal não consegue engravidar, a culpa frequentemente recai sobre as mulheres. Entretanto, os fatores masculinos são responsáveis por aproximadamente 50% dos casos de infertilidade, sendo 20% puramente fatores masculinos e 30% de fatores mistos, ou seja, masculinos e femininos. A infertilidade é definida como a incapacidade de um casal sexualmente ativo, sem uso de métodos contraceptivos por um ano, conceber a gravidez. Esta definição é de acordo com a OMS – Organização Mundial de Saúde e segundo a mesma fonte, cerca de 25% da população não consegue conceber a gravidez neste período, sendo que 15% procura tratamento especializado e menos de 5% permanece sem filhos durante toda a vida.
Os testículos são a fonte de produção de espermatozoides nos homens e juntamente com o líquido seminal e prostático formará o sêmen, que possui características especiais, dentre elas a capacidade de vitalidade dos espermatozoides por até 72 horas.
Diversos estudos publicados em revistas especializas demonstraram que nas duas últimas décadas os homens têm produzido cada vez menos espermatozoides, comprometendo tanto a qualidade como a quantidade. O estudo brasileiro realizado por Borges e colaboradores demonstrou que entre os anos de 2002 e 2012 da população avaliada a diminuição média foi de aproximadamente 36 milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen o que repercute diretamente na capacidade do casal em conceber a gravidez.
Os fatores que podem alterar a fertilidade masculina são muitos. Um exemplo é um estilo de vida não saudável, incluindo uma alimentação desregrada que pode levar à obesidade, sedentarismo, tabagismo e uso de drogas lícitas e ilícitas. O stress, a poluição e a intoxicação por inseticidas e metais pesados também prejudicam a qualidade e a concentração de espermatozoides no sêmen do homem moderno. São elementos comuns nos dias atuais e que acerca de 50 ou 100 anos não existiam ou não eram tão aparentes.
Além destas causas, podemos estabelecer outras causas não ambientais de infertilidade masculina, dentre elas: Varicocele, que é a dilatação das veias que drenam os testículos; distúrbios ejaculatórios como a ejaculação precoce, retrógrada e o baixo volume ejaculado; prostatites; distúrbios hormonais; síndromes genéticas e inflamações dos testículos como por exemplo a orquite viral após caxumba. Principalmente quando a caxumba ocorreu em meninos mais velhos, após a infância. Nos casos também onde o menino nasce com um ou os dois testículos fora da bolsa, conhecido como criptorquidia, há risco para desenvolvimento de infertilidade quando adulto, principalmente quando estes testículos não são fixados no local adequado até certa idade. Homens acima do peso, fumantes, ou ex-usuários de anabolizantes também constitutem grupo de risco para infertilidade.
Devido a todos estes fatores os homens precisam melhorar sua qualidade de vida consumindo alimentação favorável a base de frutas, legumes e carnes magras, além de fazer atividades físicas periódicas e regulares evitando a obesidade, sedentarismo e suas complicações. O médico especialista responsável pela avaliação masculina da fertilidade é o Urologista que deve ser procurado neste caso desde a adolescência para avaliações periódicas através do exame físico geral, com foco especial aos testículos e posteriormente realização do espermograma e dosagem de exames hormonais específicos através do sangue.
O que o homem pode fazer para ajudar a melhorar sua infertilidade?
A melhor coisa a fazer é tentar levar e com isso melhorar os parâmetros da avaliação da fertilidade masculina. Cessar o tabagismo, evitar o sobrepeso e se necessário perder peso, evitar qualquer tipo de droga, inclusive o álcool, alimentar-se adequadamente e até a reposição alimentar com anti-oxidantes e vitaminas especificas prescritos por um urologista, em especial a Vitamina C, o ácido fólico, o Omega-3 e a vitamina E.
O que é Azoospermia?
Azoospermia é definida como a ausência completa de espermatozoides na ejaculação e que deverá ser confirmada por centrifugação da amostra de durante 15 min a temperatura ambiente, com exame microscópico do sedimento e uma velocidade de centrifugação de, pelo menos, 3000g. A análise seminal deve ser realizada de acordo com as normas da Organização Mundial de Saúde e é importante saber que pelo menos duas amostras de sêmen, obtidas com intervalo de tempo superior a 2 semanas, devem ser analisadas. O achado de até mesmo pequenas quantidades de espermatozoides na amostra centrifugada já exclui obstrução ductal completa e ofereça chance de criopreservação de espermatozoides para ciclo imediato de ICSI.
Frente a diagnóstico de azoospermia, confirmado com dois espermograma com Pellet (centrifugação), o homem deve ser cuidadosamente examinado, importantes hormônios devem ser solicitados, principalmente para se avaliar a função de seus testículos, que são os maiores responsáveis pela produção de testosterona e onde são gerados nossos espermatozoides. O exame de ultrassonografia dos testículos também é fundamental e exames genéticos também serão necessários em todos os casos de azoospermia.