A torção de testículo é caracterizada como uma urgência urológica na qual o testículo sofre uma rotação no seu próprio eixo longitudinal e compromete a vascularização do órgão, podendo causar danos irreversíveis dependendo do tempo decorrido do acometimento até o tratamento. Antes de explicar como isto funciona vamos abordar um pouco sobre a anatomia e função dos testículos e relembrar a importância deles para os homens.
Os testículos normalmente são em número de dois e são alojados na bolsa escrotal ou “saco” que se localiza na região do períneo dos homens. Eles desempenham um papel importante na produção de hormônios (testosterona) e também dos espermatozóides e por este motivo são essenciais para o desenvolvimento sexual masculino, fertilidade, além de manter um equilíbrio hormonal através da interação existente entre os testículos, o hipotálamo e a hipófise.
A bolsa escrotal exerce um papel fundamental na proteção dos testículos e é composta por um conjunto de túnicas ou tecidos que recobrem as duas gônadas (testículos) e também possuem uma pequena quantidade de líquido que permite que o testículo tenha um deslocamento interno a bolsa sem dor e aderência. Além destes tecidos de proteção existe um músculo chamado cremáster que desempenha o papel de controlar a altura do testículo em relação ao corpo de acordo com a temperatura corporal e com os movimentos do homem. Quanto mais frio estiver a temperatura do meio ambiente mais alto e próximo do corpo estarão os testículos e o oposto também é verdadeiro, ou seja, quanto mais quente a temperatura do meio ambiente mais relaxados estarão os músculos cremáster e mais baixos estarão os testículos. Todo este processo ocorre em uma pessoa normal e sem alterações na fixação dos testículos na bolsa escrotal, no entanto existem alguns homens que tem uma fixação testicular mais alta no cordão espermático e isto favorece que o testículo gire em torno do seu próprio eixo. Este tipo de alteração é chamada de “testículo em badalo de sino” e normalmente ocorre nos dois lados, motivo pelo qual quando um paciente é acometido por uma torção de testículo de um lado, o lado outro lado deve ser obrigatoriamente fixado durante a cirurgia. A torção de testículo pode ser de causa espontânea (paciente dormindo) ou causada por um trauma durante um esporte, uma luta ou um acidente. A presença da dor está relacionada com o sofrimento do órgão pela ausência de sangue em função dos vasos também terem sofrido uma torção e este fato determina a viabilidade do órgão, ou seja, se o testículo poderá ser preservado ou se terá necessidade de retirá-lo.
O diagnóstico deste problema é clínico e depende da avaliação de um urologista, no entanto alguns exames podem ser solicitados com a maior urgência possível para confirmar ou excluir a torção. Atualmente a ultrassonografia da bolsa escrotal com doppler (visualização dos vasos sanguíneos) é o exame de eleição para complementar o raciocínio médico e tem especificidade em torno de 97%, ou seja, as chances de erro são mínimas. Se este exame não estiver disponível no momento do atendimento e o paciente estiver com sinais e sintomas de torção testicular, a cirurgia torna-se necessária na tentativa de salvar o testículo do paciente. As maiores casuísticas mundiais mostram ótimos resultados para os pacientes operados antes de seis horas de torção e a medida que o tempo é postergado uma maior quantidade de pacientes terá o seu testículo retirado por ausência de fluxo sanguíneo e necrose dos tecidos testiculares.
Outro ponto de grande importância é que todos os pacientes que foram acometidos por uma torção testicular deverão ter seus testículos do outro lado fixados dentro da bolsa escrotal, de forma a evitar que o outro lado sofra com o mesmo tipo de problema no futuro. A prótese testicular pode ser implantada no mesmo momento da retirada do testículo necrosado se o paciente demonstrar interesse.
Como orientação para os pacientes que tem dor testicular de início súbito, acompanhado de aumento do testículo e sinais inflamatórios o ideal é procurar um atendimento urológico de urgência para evitar que o extremo aconteça e o paciente necessite de uma orquiectomia (retirada do testículo).
A incontinência urinária, doença que atinge milhares de homens e mulheres em todo o mundo e em diferentes idades durante a vida. A incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina, ou seja, sem vontade própria do paciente, gerando transtornos sociais e econômicos aos pacientes que são acometidos, podendo até comprometer um fator psicológico importante dos pacientes pelo constrangimento social causado frente as demais pessoas. A perda de urina não pode ser considerado um problema comum da idade como muitas pessoas pensam, ao contrário, esta doença tem cura e tratamentos específicos que podem e devem ser estabelecidos por uma equipe multidisciplinar composta por urologistas, ginecologistas e fisioterapeutas.
A incidência na população varia com a idade e com o sexo acometido, podendo variar de 5% nos homens submetidos a cirurgia de prostatectomia radical para o câncer de próstata até 35% das mulheres pós menopausadas durante algum esforço físico. Nos idosos geralmente os números são maiores e atingem ambos os sexos, devido principalmente as alterações degenerativas das fibras musculares da bexiga e do esfíncter urinário, causando contrações involuntárias da bexiga semelhante a “arritmias”, chamadas de hipercontratilidade. Este problema pode ser detectado através de exames específicos chamados de avaliação urodinâmica ou estudo urodinâmico, solicitados pelos urologistas e ginecologistas e realizados através de duas pequenas sondas no canal urinário (uretra) e conectados a um computador com um programa específico, para avaliação do fluxo e pressão no interior da bexiga.
A incontinência urinária pode ser classificada em três tipos: incontinência de esforço, incontinência de urgência ou incontinência mista, quando os dois primeiros tipos estão associados. A incontinência de esforço é caracterizada pela perda de urina aos esforços físicos incluindo a tosse, espirro, gargalhadas, esforços físicos durante o trabalho ou até mesmo durante as relações sexuais. A incontinência de urgência é caracterizada pela vontade súbita e incontrolável de urinar, deixando o paciente geralmente em situações constrangedoras pois não consegue segurar a urina até chegar ao banheiro. Mais da metade dos casos são classificados em incontinência de esforço e geralmente os casos exigem tratamentos como fisioterapia do assoalho pélvico, medicações para conter a urina na bexiga e até mesmo cirurgias para elevar a uretra e corrigir a deficiência do esfíncter natural do paciente. As técnicas de cirurgias para incontinência urinária tiveram um grande avanço nas últimas décadas, evoluindo desde grandes cirurgias na bexiga e períneo até pequenas cirurgias denominadas de “slings”, que são pequenas telas implantadas abaixo da uretra para conter a urina na bexiga.
Dentro os principais fatores que contribuem para incontinência estão a obesidade, sedentarismo, múltiplas gravidezes, constipação intestinal e a menopausa. Desta forma os pacientes devem evitar os fatores de risco e buscar tratamentos específicos e com profissionais capacitados para evitar estágios avançados da incontinência urinária.
Especificamente em relação aos pacientes submetidos a prostatectomia radical como forma de tratamento para o câncer de próstata, a reabilitação pode durar até 1 ano após a cirurgia com a utilização de exercícios fisioterápicos (cinesioterapia e biofeedback) além de medicações que inibem a contração da bexiga, retendo a urina no interior da bexiga por mais tempo. Nos casos que não recuperarem a continência, os melhores resultados são obtidos através da implantação de um esfíncter artificial na uretra do paciente, que pode ser controlado através de um dispositivo na bolsa escrotal com acionamento pelo próprio paciente. Além do esfíncter artificial podemos utilizar nos casos de incontinência masculina leve, o “sling masculino”, que é uma espécie de tela colocada na parte inferior do uretra masculina, e tem o objetivo de comprimir a mesma e evitar a saída involuntária da urina.
O termo fimose parece ser bem popular, no entanto quando presente em algum membro da família gera várias dúvidas, medos e tabus. Por definição a Fimose é a dificuldade ou até impossibilidade de expor a glande ou cabeça do pênis para o meio externo, pois o prepúcio ou pele do pênis, tem um anel de estreitamento que impede esta exposição de forma adequada para higiene. Nos primeiros meses de vida, existe uma aderência natural do prepúcio à glande devido a falta de exposição da glande ainda durante o desenvolvimento fetal no útero da mãe. Esta aderência está presente em aproximadamente 90% dos meninos ao nascer e durante os primeiros anos de vida, com o auxílio dos pais e dos cuidadores e orientação dos pediatras e urologistas este problema tende a desaparecer e aos 3 anos de idade apenas 20% das crianças precisará de uma cirurgia para correção da fimose.
A fimose traz problemas aos homens não somente durante a infância mas também na fase adulta, gerando desconforto, dor, fissuras e até feridas no pênis após as relações sexuais. Em pacientes diabéticos este problema se intensifica devido ao acúmulo de secreção com grande quantidade de glicose, além da humidade aumentada na área entre o prepúcio e a glande. Estes pacientes formam fissuras e tem associação com balanites por fungos, exigindo um tratamento específico com antifúngicos orais e tópicos previamente a correção da doença inicial(fimose).
As principais causas da fimose são assaduras e cicatrizes que retraem a pele, deixando o anel do prepúcio mais estreito. A Falta de higiene peniana adequada pode ser responsável pela incidência de inflamações ou infecções que deixam a abertura do prepúcio mais estreita, chamadas de postites ou balanopostites.
A melhor maneira de evitar este tipo de problema é realizar uma higiene local adequada com água e sabão neutro. Os exercícios de exposição da glande podem ser orientados pelos médicos assistentes com o uso de pomadas compostas por hialuronidase, com o intuito de romper as aderências entre a pele e a glande, além da dilatação do anel fimótico. É claro que nem todos os casos são indicados este tipo de tratamento e para definição adequada do tratamento o médico deve ser consultado. Como forma de tratamento definitivo alguns pacientes devem ser submetidos diretamente aos procedimentos cirúrgicos denominados de Postectomia ou Circuncisão que consiste na retirada do anel de estreitamento e parte da pele que recobre o pênis. Este último termo é mais utilizado em alguns pacientes por motivos religiosos, como acontece com os Judeus aproximadamente no oitavo dia de vida.
As cirurgias normalmente são realizadas com anestesia local e sedação anestésica gerando um maior conforto aos pacientes e também a equipe médica, no entanto na fase adulta pode ser praticada apenas com anestesia local(na base do pênis). A recuperação é rápida e usualmente os pacientes retornam para casa no mesmo dia da cirurgia, exigindo apenas cuidados de higiene e repouso adequados.
Dentre os problemas mais graves causados pela fimose, está o câncer de pênis, doença normalmente de caráter agressivo e mutilador, gerando consequências psicológicas aos homens acometidos. A associação da fimose com o HPV(Papilomavírus Humano) é um fator predisponente para o desenvolvimento do Câncer de Pênis e estudos científicos mostram uma vantagem expressiva entre os homens que foram submetidos a cirurgia de postectomia como forma de evitar o desenvolvimento desta doença e outras doenças sexualmente transmissíveis.
A ejaculação precoce ou ejaculação rápida é a ejaculação que ocorre logo após a penetração ou até mesmo antes, sem que o homem tenha controle desse evento.
Para caracterizar o distúrbio, é preciso que o episódio se repita com frequência e o homem não consiga satisfazer a parceira em pelo menos 50% das relações. Em certos casos, o descompasso é provocado pelo fato da mulher necessitar de mais tempo para atingir o orgasmo. Muitas vezes, nem o próprio paciente sabe dizer quanto tempo leva para ejacular, mas as pesquisas indicam que o homem sem problemas leva, em média, de dois a quatro minutos para chegar ao orgasmo.
A principal causa da ejaculação precoce é a ansiedade. Embora parte dos indivíduos consiga controlá-la durante o ato sexual, a grande maioria dos ejaculadores precoces é ansiosa. O problema é que quanto mais repetidas forem essas ejaculações, mais ansiosos eles ficam, mais adrenalina produzem e mais rápido ejaculam. Em alguns casos, a ansiedade é tanta que acabam desenvolvendo algum tipo de disfunção erétil.
Nenhuma teoria sobre as causas orgânicas da ejaculação precoce foi comprovada. Sabe-se, porém, que algumas doenças neurológicas podem provocar o distúrbio.
A ejaculação precoce é comum na adolescência pois a falta de experiência, o medo do mau desempenho ou de que alguém apareça de repente, entre outros fatores, criam um estado de ansiedade que acelera o momento da ejaculação. A tendência é o problema desaparecer à medida que são superados esses obstáculos. A ejaculação precoce secundária pode acometer homens de qualquer idade, com tempo de ejaculação normal, mas que por algum motivo se tornaram mais ansiosos. Em uma pesquisa compreendendo mais de 12 mil homens, idade variando de 50 a 80 anos, 46 % declarou ter algum problema ejaculatório e 59% estavam incomodados com o problema. A ejaculação precoce foi o mais comum com índices de 30 a 40%. Alguns trabalhos citam que cerca de 75% dos homens sofrerão de EP em algum momento de suas vidas.
O tratamento inclui psicoterapia associado ao uso de antidepressivos, que aumentam a quantidade de serotonina no cérebro. O que se espera é que ele seja eficaz para baixar o nível de ansiedade e aprender a controlar a resposta ejaculatória. Nesse processo, é muito importante contar com a ajuda de uma parceira cooperativa e a medida que o casal tem um relacionamento mais estável o problema tende a diminuir ou até mesmo desaparecer. As medicações devem ser prescritas e orientadas pelo médico urologista pois existem alguns efeitos colaterais que podem ser minimizados e excluídos de acordo com o perfil de cada paciente. Outro tipo de tratamento é o uso de creme, gel ou spray com base em lidocaína, um conhecido anestésico local, para o tratamento de EP já foi bem estudado e seu papel já está bem estabelecido. A eficácia para retardar a ejaculação é modesta podendo apresentar efeitos colaterais como: redução da sensibilidade da glande, absorção vaginal e possível anestesia de mucosa vaginal gerando um problema de retardo no orgasmo feminino. Mais recentemente tem-se utilizado medicações que tratam a disfunção erétil ou impotência sexual para complementar o tratamento da EP, especialmente nos pacientes acima de 45 anos e que adquiriram a EP de forma secundária a impotência.
Por fim é importante ressaltar que a EP tem tratamento e cerca de 68% dos pacientes que aderem as medicações e orientações médicas tem desempenho sexual satisfatório para si mesmo e sua parceira sexual.
Os testículos são gônadas, ou seja, glândulas produtoras de hormônios e espermatozóides nos homens e normalmente são em número de dois e armazenados na bolsa escrotal ou “saco” como é mais conhecido pela população. Os testículos podem sofrer diversos tipos de doenças benignas e malignas e o foco de nossa explanação hoje serão as doenças malignas dos testículos ou cânceres dos testículos.
O câncer de testículo é o tumor de maior prevalência entre os homens jovens com idade entre 15 e 35 anos e com alta chance de cura nos estágios iniciais da doença. Inicialmente pode surgir como um nódulo ou pequena tumoração, geralmente indolor e acompanhada apenas de uma sensação de peso na bolsa escrotal. O autoexame pelo próprio paciente é muito importante para que o mesmo detecte alguma alteração que geralmente aparenta ser um caroço no local e posteriormente procure um médico para maiores esclarecimentos. O autoexame deve ser feito preferencialmente com o paciente despido, em pé e com a palpação da bolsa escrotal com as duas mãos para que uma mão segure o testículo e a outra palpe cuidadosamente o testículo em busca de alguma alteração na forma, na consistência ou no tamanho do testículo. Durante o exame físico pelo próprio paciente ou pelo médico assistente a presença de hidrocele (água na bolsa escrotal) pode ser detectada em até 20 % dos casos e isto pode dificultar o exame físico especialmente por parte dos pacientes.
Como complementação do exame físico devemos lançar mão do exame de ultrassonografia de bolsa escrotal com doppler, que tem alta sensibilidade para massas tumorais nos testículos e também para outras doenças inflamatórias que são diagnósticos diferenciais dos tumores, tais como orquites, epididimites, hérnias, varicocele e cistos de epidídimo. Além da ultrassonografia, alguns exames de sangue são importantes para elucidação do diagnóstico e norteiam inclusive o tratamento e prognóstico dos tumores de testículo. Os principais fatores de risco para desenvolvimento de tumores nos testículos são: I – testículos criptorquídicos ou ectópicos = são os testículos que não são palpáveis na bolsa escrotal e se localizam na região inguinal ou até mesmo dentro da cavidade abdominal;
II – Pacientes que tiveram tumores previamente no outro testículo;
III – Pacientes com história familiar positiva em parentes de primeiro grau (pai e irmão).
De forma resumida os tumores de testículo são divididos em seminoma e não seminoma. Esta classificação é baseada na origem embriológica dos tumores e tem um papel importante para o tratamento dos pacientes.
O tratamento inicial após a comprovação do tumor é a orquiectomia, ou seja, a retirada do testículo acometido pela doença. Tecnicamente falando trata-se de uma cirurgia de médio porte e que deve ser realizada pela região inguinal do paciente como forma de prevenir que células malignas se disseminem para a corrente sanguínea e se implantem em outras áreas, que são as chamadas metástases. Um ponto muito importante antes da cirurgia e da quimioterapia se for necessária, é a orientação dos pacientes que desejam constituir uma família para coletar e armazenar espermatozóides em clínicas de fertilidade para no futuro tentar técnicas específicas de gravidez (fertilização in vitro). O tratamento complementar do paciente dependerá do tipo histológico de tumor de acordo com o laudo da patologia que definirá se existe necessidade de quimioterapia ou radioterapia. Como a maioria dos pacientes ainda está na idade jovem, entre 15 e 35 anos, o ideal é que o acompanhamento seja realizado de forma multidisciplinar, envolvendo oncologistas, urologistas, psicólogos e médicos especializados em reprodução humana para que a qualidade de vida e as expectativas de paternidade sejam as melhores possíveis
A bexiga hiperativa é uma doença que acomete a bexiga urinária, órgão que armazena a urina produzida pelos rins. Tem um aspecto importante devido ao impacto negativo que compromete a qualidade de vida de homens e mulheres, com uma prevalência aproximada de 16,5% da população. As mulheres normalmente são mais acometidas que os homens e apresentam sintomas mais exuberantes principalmente pela semelhança dos sintomas da hiperatividade da bexiga com as infecções urinárias de repetição mais prevalente neste sexo. Existem alguns fatores que contribuem para que as mulheres tenham mais infecções do trato urinário (ITU’s), dentre eles os principais são: a uretra mais curta que a do homem, desequilíbrio hormonal principalmente nas mulheres menopausadas e compressão vesical pelo útero durante o período da gravidez.
Os principais sintomas apresentados pelos pacientes com esta disfunção são: polaciúria (quantidade aumentada de vezes que o paciente necessita esvaziar a bexiga durante o dia), urgência urinária (paciente que precisa rapidamente urinar ao sentir o primeiro desejo miccional) e incontinência urinária ( pacientes que perdem urina sem controle da micção). Estes sinais e sintomas comprometem substancialmente a qualidade de vida dos pacientes, tanto no âmbito social, como também no econômico pois os mesmos se sentem desconfortáveis em parmanecer em ambientes públicos necessitando esvaziar a bexiga a cada 15 ou 30 minutos. Além disso, os absorventes e medicações utilizadas pelos pacientes que também apresentam incontinência tem um custo elevado e comprometem o orçamento familiar.
O diagnóstico da bexiga hiperativa é clínico, ou seja, necessita de uma boa avaliação pelo urologista que está investigando o paciente, sendo os exames complementares utilizados somente em situações específicas. Ressalta-se que entre 30-50% dos pacientes com urgência miccional apresentam hiperatividade durante a realização da avaliação urodinâmica (exame que estuda a fisiologia da bexiga) , no entanto, homens com incontinência de urgência podem apresentar até 90% de contrações involuntárias neste mesmo exame. Para que o diagnóstico seja confirmado o médico deve excluir causas como infecções, tumores e cálculos da bexiga e desta forma outros exames são solicitados para complementação do diagnóstico,entre eles: urinocultura e ultrassonografia de rins e vias urinárias.
O tratamento da bexiga hiperativa pode ser dividido em três formas diferentes e necessita especificamente de um médico urologista na sua condução. Apesar das evoluções constantes nos estudos da medicina a droga ideal ainda não existe e muitos pacientes ainda apresentam insatisfação com os tratamentos disponíveis no mercado mundial. A primeira linha é composta por terapia comportamental, que consiste em orientações sobre quantidade de líquidos ingeridos durante o dia, horários pré-definidos para esvaziamento da bexiga, restrição de álcool e fumo, além de controle da obesidade. Estas intervenções são de baixo custo e são fáceis de implementar, no entanto, suas efetividades dependem da motivação e adesão dos pacientes as orientações. A terapia comportamental pode ser associada a medicações chamadas anticolinérnigos, que auxiliam na redução dos sintomas de urgência e incontinência, aumentando a capacidade de armazenamento vesical e desta forma diminuindo a frequência de visitas aos banheiros. Na segunda linha de tratamento da bexiga hiperativa o médico assistente pode lançar mão da toxina botulínica(botox) para relaxamento da musculatura da bexiga e aumento da capacidade vesical. No entanto este tratamento tem período curto da efetividade, que gira em torno de 4 a 6 meses, devendo ser reaplicado para melhora dos sintomas. Na terceira linha de tratamento e para os casos mais severos de bexiga hiperativa os pacientes podem ainda ser tratados cirurgicamente, porém os resultados não são tão bons e a maioria dos urologistas retarda esta indicação.
Todas as formas de tratamento devem ser orientadas por um profissional urologista e a automedicação deve ser evitada. Se você apresenta alguns destes sintomas acima descritos, procure um profissional que possa lhe auxiliar