Os cálculos renais ou “pedras nos rins” são formações sólidas nas vias urinárias geralmente formadas por sais minerais e que podem ser classificados de acordo com a sua localização no sistema urinário em: nefrolitíase (nos rins), ureterolitíase (nos ureteres), litíase vesical ou cistolitíase (na bexiga) ou uretrolitíase quando o cálculo está localizado na uretra. Os cálculos também podem ser divididos pela sua formação, dependendo do tipo de sal mineral que o compõe, como por exemplo: ácido úrico, oxalato, estruvita, cistina e cálcio, dentre outros.
A dor causada pelos cálculos é muito variável em diferentes pessoas, no entanto é geralmente de forte intensidade e em alguns livros é comparada a dor do parto normal das mulheres. Normalmente os cálculos mais dolorosos são os obstrutivos, ou seja, aqueles que não permitem que a urina percorra seu trajeto normal dos rins até a bexiga e posteriormente ao meio externo. A dor pode variar sua localização dependendo da posição em que o cálculo se encontra no sistema urinário e os locais mais frequentes são: dorso (costas), no abdomen, no baixo ventre e nos genitais (testículos e grandes lábios vaginais).
No passado as cirurgias para cálculos renais eram realizadas através de grandes incisões (cortes), tornando a recuperação dos pacientes de maneira mais lenta, com mais dores, resultados estéticos ruins e com mais complicações. Com a evolução da medicina e especificamente na área da urologia, atualmente podemos contar com equipamentos mais modernos tanto para o diagnóstico dos cálculos renais como também para os tratamentos. Em relação ao diagnóstico, o exame considerado como “padrão ouro” para verificação dos cálculos nas vias urinarias é a tomografia computadorizada com uma sensibilidade próxima de 98%. É um exame rápido e indolor e que favorece ao médico desde a identificação dos cálculos até a programação da melhor forma de tratamento.
O tratamento dos cálculos pode ser clínico ou cirúrgico dependendo do tamanho e localização dos mesmos na via urinária. Nosso principal objetivo hoje é transmitir para vocês um pouco sobre o tratamento cirúrgico dos cálculos renais que tem se tornado cada vez menos invasivo, ou seja, com pequenas incisões ou realizados pelos orifícios naturais do paciente, que no caso se realiza através da uretra. O tratamento com laser pode ser realizado para cálculos em todas as localizações do sistema urinário (rins, ureteres, bexiga e uretra) porém tem limitações relativas em relação ao tamanho dos cálculos. Esta técnica é realizada com o auxílio de uma fonte de energia geradora de laser, equipamentos endoscópicos de pequeno calibre que são introduzidos pela uretra dos pacientes (homens, mulheres e crianças) e observados através de um monitor e televisão e um raio-x digital chamado de fluoroscopia ou arco em “C”. O procedimento pode ser realizado com anestesia geral ou raquianestesia e na grande maioria das vezes exige apenas um dia de internação hospitalar, sendo em alguns casos desnecessária a internação e o paciente pode retornar para casa no mesmo dia do procedimento. O laser fragmenta os cálculos em pequenos pedaços no interior da via urinária e posteriormente o urologista pode retirá-los com o auxílio de uma pequena cesta extratora. Após o procedimento é esperado que o paciente elimine pequenos fragmentos de cálculos durante o esvaziamento da bexiga e que tenha um pequeno sangramento que cessa nos primeiros dias com aumento da ingesta de líquidos e uso adequado das medicações indicadas.
O retorno às atividades habituais é estabelecido nos primeiros dois dias após o procedimento e não exige do paciente grandes períodos de afastamento. Se você é portador de um cálculo renal e quer saber se seu caso pode ser resolvido com o laser ,agende uma consulta com um urologista e tire sua dúvida.