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Câncer de próstata

O câncer de próstata é o tipo de maior incidência entre homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A taxa de mortalidade, porém, vem caindo graças a mais informação, aos exames periódicos que detectam o câncer e em estágios iniciais e a tratamentos mais modernos.
A próstata tem o tamanho aproximado de 20 gramas e contém pequenas glândulas que produzem sêmen. Ela fica abaixo da bexiga e na frente do reto, com a uretra, que transporta a urina, passando através do seu interior. Ela começa a crescer ainda no feto, estimulada pelos hormônios masculinos, e continua a se desenvolver enquanto o menino se torna adulto. Em homens mais velhos, porém, a parte da próstata que envolve a uretra pode continuar a crescer e dar origem à hiperplasia benigna da próstata (HPB), que não é câncer, mas pode obstruir a uretra e causar dificuldade para urinar. Em geral, esses pacientes apresentam redução da força e do calibre do jato da urina e vontade frequente de urinar. A hiperplasia benigna da próstata pode ser tratada com medicações orais ou mesmo com cirurgias endoscópicas. Com isso, a qualidade de vida dos pacientes melhora sensivelmente.
O câncer mais comum da próstata é o adenocarcinoma, que tem origem nessas glândulas produtoras de sêmen. Na maioria das vezes, o câncer de próstata tem desenvolvimento lento e alguns estudos mostram que cerca de 80% dos homens de 80 anos que morreram por outros motivos tinham câncer de próstata e nem eles nem seus médicos desconfiavam. Em alguns casos, porém, ele cresce e se espalha para outros órgãos, podendo ser agressivo.
Na maioria das vezes, o câncer começa a se desenvolver após os 30 ou 40 anos de idade e lentamente, nas próximas décadas, começam a ocorrer modificações nas células, que passam a ter características pré-malignas, sem causar sintomas. O câncer de próstata costuma se desenvolver lentamente e poucos são os casos de maior agressividade.

Fatores de risco

Vale lembrar que fatores de risco aumentam as chances de desenvolver câncer, mas isso não quer dizer que você vai obrigatoriamente ter câncer de próstata.

Idade: é o fator de risco mais importante. A maioria dos pacientes tem mais de 50 anos e dois terços têm mais de 65 anos. O risco vai aumentando, à medida que o homem envelhece.
Histórico familiar: o risco é maior quando parentes próximos, especialmente pai, irmão, avós, tios ou filho têm ou tiveram câncer de próstata, especialmente se eram jovens na época do diagnóstico.
Alimentação: uma dieta gordurosa, especialmente com gorduras de origem animal, com alto teor de cálcio, pode aumentar o risco e uma alimentação rica em legumes e frutas pode reduzir esse risco.

 

Tratamento

Quando o câncer de próstata é diagnosticado na sua fase inicial, existe grande chance de cura. Os pacientes podem escolher entre diferentes tratamentos, cada um com seus benefícios, riscos e efeitos colaterais específicos, como incontinência urinária, impotência sexual e não ejaculação. É preciso ter calma, assimilar bem as informações do médico e tirar todas as dúvidas antes de fazer uma opção. O melhor tratamento para cada caso depende de vários fatores, como idade, estado geral de saúde, os sentimentos em relação aos efeitos colaterais de cada terapia, o estadiamento da doença e a chance de cada tratamento curar o câncer.

Como alguns tipos de câncer de próstata crescem devagar, certos pacientes, que apresentam tumores de baixa agressividade, podem nunca precisar de tratamento, especialmente quando eles são idosos ou têm outros problemas de saúde. Mesmo pacientes jovens, mas com tumores pequenos e pouco agressivos, que desejam preservar suas atividades sexuais e padrões de micção, podem ser acompanhados por meio de consultas regulares, teste de PSA e toque retal regulares e, se necessário, novas biópsias e exames por imagem. Esse procedimento se chama vigilância ativa e, se o crescimento do tumor se acelerar, médico e paciente discutem a forma de tratamento.

Dentre as principais opções de tratamento da doença localizada, isto é, que está restrita à próstata e não se espalhou, são a cirurgia e a radioterapia. A cirurgia para retirada da próstata, chamada prostatectomia radical, que pode ser convencional (isto é, realizada com uma incisão abaixo do umbigo), por via videolaparoscópica e por via robótica. A cirurgia robótica tem sido cada vez mais utilizada pois são mais precisas, permitem melhor visualização das estruturas e reduzem sangramentos, permitindo recuperação e alta hospitalar mais rápidas.

Outra técnica utilizada é o ultrassom robótico – HIFU (Focal One HIFU), também chamado de termoablação, que usa ultrassom de alta intensidade para aquecer e destruir as células cancerosas, reduzindo os riscos de danificar os nervos e podendo preservar a qualidade de vida depois do tratamento. Pacientes submetidos ao HIFU têm alta hospitalar em cerca de 24 horas. Como o procedimento tem pouco risco cirúrgico e anestésico, o HIFU é uma alternativa importante para paciente mais idosos ou que tenham outras doenças.

Hoje em dia, como a maioria dos tumores é diagnosticada em fases iniciais, há pesquisas no mundo que oferecem técnicas conservadoras de tratamentos desse câncer, com o objetivo de redução de efeitos colaterais. Outra possibilidade é a ressecção transuretral da próstata, usada para aliviar sintomas, como dificuldade para urinar, em homens que não podem fazer outros tipos de cirurgia ou até mesmo nos que sofrem de hiperplasia benigna. Ela não remove todo o câncer.

A radioterapia pode ser de fonte externa (tridimensional, de intensidade modulada ou guiada por imagens) ou interna, a chamada braquiterapia, em que sementes radiativas do tamanho de um grão de arroz são colocadas diretamente na próstata.

Pacientes que, por algum motivo, não podem ou não desejam fazer cirurgia e radioterapia têm ainda a possibilidade de recorrer à criocirurgia, que é a introdução de sondas que produzem temperaturas muito baixas e congelam e matam as células do câncer. Esse tratamento é usado em casos em que a doença está restrita à próstata e não se espalhou. Todavia, é pouco disponível na América Latina.

O objetivo da hormonioterapia é baixar os níveis de hormônios masculinos, também chamados de andrógenos, já que eles estimulam o crescimento das células cancerosas. Ela não cura o câncer, mas encolhe o tumor e reduz o seu ritmo de crescimento. A hormonioterapia pode ser usada depois da cirurgia, antes ou depois da radioterapia, principalmente em tumores de maior agressividade, que requerem atenção de equipe multidisciplinar, envolvendo várias especialidades médicas e de outras áreas da saúde.

Nos casos em que cirurgia e radioterapia não são uma boa opção de tratamento, quando o câncer se espalha para outros órgãos, ou ainda quando ele volta depois do tratamento, a hormonioterapia pode ser empregada. Ela também é usada para aliviar sintomas.

Vários métodos são usados na hormonioterapia, entre eles a orquiectomia, que é a castração cirúrgica, ou seja, a remoção do tecido central dos testículos, que produz hormônio masculino, a testosterona. O procedimento é simples, mas é permanente e causa perda do desejo sexual, o que explica a relutância de muitos pacientes em aceitá-la. Além disso, ela tem efeitos colaterais, como ondas de calor, crescimento das mamas, osteoporose, perda de massa muscular, anemia, cansaço, baixos níveis de colesterol bom, depressão e aumento do peso. Vários deles têm tratamento. Há ainda a castração química, chamada de terapia com análogos ou agonistas de LHRH, que são injeções de drogas que reduzem os níveis de hormônios como na orquiectomia, administradas mensalmente ou a cada três ou seis meses. Muitos homens preferem essa terapia à castração cirúrgica, mas os efeitos colaterais são os mesmos.

Antiandrogênicos são drogas que bloqueiam a capacidade do corpo de usar os hormônios masculinos, que, mesmo após a remoção dos testículos ou durante o tratamento com análogos LHRH, as glândulas adrenais (ou suprarrenais) continuam a produzir em pequena quantidade. Antiandrogênicos podem ser usados com a orquiectomia ou análogos de LHRH para bloquear os hormônios masculinos.

Na maioria dos casos, a terapia hormonal controla a doença temporariamente. Após alguns meses ou anos, a doença pode progredir, mesmo durante a hormonioterapia. Atualmente, há novos antiandrógenos mais potentes, empregados nessa fase de resistência. A quimioterapia pode ser usada em pacientes com câncer avançado, quando o câncer se disseminou e não responde mais à hormonioterapia. Ela não cura o câncer, mas reduz o ritmo de crescimento do tumor, a dor e pode prolongar a vida.

Diagnóstico

Dentre os principais exames utilizados atualmente para avaliação da próstata estão o PSA (antígeno prostático específico) no sangue e toque retal. No entanto o único exame capaz de definir o diagnóstico definitivo do câncer de próstata é a biópsia da próstata.
Um exame mais moderno e que tem grande importância tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento de doenças prostáticas é a Ressonância Nuclear Magnética Multiparamétrica da próstata, que tem sido muito útil para auxiliar na detecção do câncer e na indicação da biópsia ou rebiópsia em pacientes com PSA persistentemente elevado. O exame de Pet CT com PSMA é utilizado para detecção de metástases, principalmente em pacientes que passam a apresentar elevação do PSA, fenômeno chamado de recidiva bioquímica após ter sido tratado com radioterapia ou cirurgia.
Atualmente a análise de características genéticas e celulares estão tornando possível distinguir um câncer agressivo que precisará de tratamento específico, de outro, mais indolente que poderá apenas ser acompanhado. Em aproximadamente 30% dos homens poderá ser adotada a indicação de vigilância ativa, ou seja, acompanhamento monitorado da próstata, apenas com realização de exames periódicos. Por outro lado, devemos avaliar com segurança e tratar os potenciais tumores de comportamento agressivo que pode ocorrer em 70% dos pacientes para evitar sofrimentos e salvar vidas.